domingo, 25 de maio de 2014

SÉRIE DE EXPOSIÇÃO BÍBLICA - ROMANOS 1.21-32

SÉRIE DE EXPOSIÇÃO BÍBLICA:
Livro Estudado: Romanos
Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Texto Bíblico: Romanos 1.21-32.
21 porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. 22 Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos  23 e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.  24 Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si;  25 pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!  26 Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; 27 semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro.  28 E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes,  29 cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, 30 caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, 31 insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. 32 Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.

Introdução:
            Até o presente momento temos analisado ao homem mergulhado no pecado, estando sob a ira de Deus! Um homem que vê as obras da criação, mas não se achegou a Deus; antes, ele decidiu suprimir, ocultar e abafar a verdade de Deus, tentando transformá-la em mentira. Esse pecado é terrível. E como o pecado tem feito isso? Como o homem faz isso?

I – POR MEIO DE UMA ATITUDE EM DIREÇÃO A DEUS. (vs.21ª)

1. É uma atitude de não glorificar a Deus

“porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus” – aqui está a atitude o do homem para com Deus; ele tem um conhecimento de Deus, mas se recusa a glorificar a Deus. Como vimos no verso anterior que este homem que estamos tratando aqui tem um conhecimento de Deus, por meio daquilo que chamamos de revelação natural, mas mesmo assim ele não se convence de seu estado de pecado e perversidade.
            Em suma, a humanidade o homem como tal o conhecemos não dá louvores a Deus. Em outras palavras o homem em pecado não vive para a glória de Deus. Ou seja, o homem no seu estado de depravação sempre, sempre irá procurar não glorificar a Deus. Leiam as Escrituras, por exemplo, no salmo 104 Deus cria tudo para glorificar a Deus, os céus, a lua, a estrela o firmamento, mas o homem – a coroa da criação – é o único que se recursa a fazê-lo. Justamente aquele que foi criado para glorificar a Deus se recursa a prestar glória a Deus! Toda a atitude do homem é de um antagonismo ferrenho em ralação a Deus; o apóstolo, Paulo vai falar sobre isso em Romanos  no capítulo 8 e verso 7: “Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. (Rom 8:7 ARA)”.

2. É uma atitude de não agradecer a Deus.

            Mas, não somente isso! Os homens não somente não “o glorificaram, mas Paulo também diz: “nem lhe deram graças”. O homem não agradece a Deus; o homem maculado pelo pecado, corrompido pelo pecado, nunca agradece a Deus! Todos nós somos culpados deste pecado. O homem não agradece a Deus a sua misericórdia, a sua bondade, a sua providência que ele manifesta em nossa direção. Corações ingratos! Esse o selo do homem que suprime a verdade de Deus! Oh! Quantas e quantas vezes somos culpados desta ingratidão em relação a Deus.

3 . É uma atitude de desprezo para com Deus. (vs.28)
E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, (Rom 1:28 ARA)”
            Examinaremos a terceira atitude da humanidade para com Deus. Quero chamar a sua atenção para o verbo que aparece em nossa versão bíblia “desprezar” no texto grego original temos a palavra “οὐκ ἐδοκίμασαν ” [ouk edokimasan] que é um advérbio de negação mais um verbo [edokimasan] literalmente significa “não aprovar”; então, o que Paulo está dizendo aqui? Bem, a palavra que Paulo usa aqui era usada com sentido de “provar”, “testas”. Era a palavra usada para referir-se à prova de metais – por exemplo, o ouro. O apóstolo está dizendo que os homens estiveram considerando  Deus, “tendo-O examinado, tendo-O ‘provado’, decideram rejeitá-lO!”. Como o cientista faz quando examina um metal para ver se serve para alguma coisa, e prontamente descobre que é apenas uma mistura e manda que aquilo seja deitado fora.
            Essa é a atitude da humanidade para com Deus. Eles examinam Deus. São juízes de Deus, mas após este exame eles decidem rejeitar e desprezar a Deus. É isso que Paulo está dizendo aqui
4. É uma atitude de ignorar o juízo de Deus. (vs 32)
“Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.” (Rom 1:32 ARA)
            Bem, sabemos que em todos os homens há a lei moral de Deus que nos diz o que é certo e errado. Aqui o apóstolo nos mostra que estes homens sabem que estão agindo errado, tem esse conhecimento, e  o pior, sabem que existe um juízo de Deus sobre os homens que aprovam a vida dos ímpios e apoiam o modo de agir e pensar deles, em outras palavras, eles deliberadamente rejeitam e ignoram o conhecimento do juízo certo de Deus.
II – A PRÁTICA DAQUELES QUE REJEITAM O CONHECIMENTO DE DEUS.
            1. Como ocorre essa prática
Bem, agora a pergunta que devemos fazer é como isso ocorre? Como isso funciona na prática. Paulo nos diz que eles apesar de rejeitarem o conhecimento de Deus. Eles criam substitutos para Deus, e assim criam seus deuses “e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis”. (Romanos 1.23 - ARA); em certo sentido, eles não querem acabar com a ideia de Deus, mas eles não aceitam-O do modo como se revelou, e assim, o que eles fazem é fabricar seus próprios ídolos do modo que os agrade, do modo que lhes sejam proveitosos. Eles transformaram “a verdade em mentira” (vs.25).
            Paulo descreve que tipos de deuses são esses aponto de mostrar que são animais sagrados do paganismo, como réptil, aves e quadrúpedes! No verso 25 é-nos dito: “Mudaram a glória de Deus em mentira...” eles simplesmente anularam a glória de Deus fabricando um mentira para colocar no lugar. Paulo está se referindo a mitologia, leiam sobre as mitologias antigas e vocês verão o quanto Paulo está indo contra estes conceitos.
            Então, o que podemos dizer é que o homem em pecado põe de lado toda a glória de Deus. Ele coloca de lado  a real verdade acerca de Deus – rejeitando a espiritualidade de Deus, a infinitude de Deus, a eternidade de Deus, sua majestade e o fato de que Deus é espírito, então eles veem e colocam materialidade em Deus.
            2. Qual é o resultado desta prática? Façamos uma análise sumária disso: Paulo aqui nos diz que quando o homem suprime a verdade isso gera loucura nos homens: “Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos (Rom 1:22 ARA)” eles acham que podem ser capazes de avaliar a Deus e depois rejeiterem-nO. Mas, observem o que eles adoram. Eles adoram bonecos de barro, homens feitos de carne e sangue como nós, adoram animais isso é sabedoria? Não. Isso é loucura.
            O segundo caminho que está prática conduz ao homem é a torpeza de vida!
Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; 25 pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! 26 Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; 27 semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. 28 E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, (Rom 1:24-28 ARA)”
            A raiz de toda a imoralidade existente está no fato de o homem rejeitar o conhecimento de Deus. Correrem para um falso culto, uma falsa adoração e corrempem seus corpos, com o homossexualismo e com lesbianismo com toda a sorte  de torpeza existente no mundo. Paulo aqui descreve a vida do homem na sarjeta do pecado:
29 cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, 30 caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, 31 insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. 32 Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.
 (Romanos 1.29-32 ARA).

            Tudo isso, é a consequência do repúdio a Deus e a sua revelação; é exatemente isso que estamos vendo em nosso país, essa grande gama de violência, essa cultuação ao sexo livre, a defesa do aborto, a anulação de Deus nas instituições; o enfraquecimento das famílias, isso com toda a certeza é fruto dessa rejeição e desprezo dos homens em relação a Deus.

            A resposta de Deus em relação a toda esta atitude dos homens é bem descrita no verso 26: “2 Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza;” a aqui temos o juízo de Deus sendo descrito em termos terríveis. É o ato judicial de Deus pelo qual Deus abandonou os homens que o rejeitaram; pois, eles em seus nulos pensamentos rejeitaram a Deus.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

SÉRIE DE EXPOSIÇÃO BÍBLICA: ROMANOS 1.14-15

SÉRIE DE EXPOSIÇÃO BÍBLICA:
Livro Estudado: Romanos
Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Texto Bíblico: Romanos 1.14-15

Ἕλλησίν τε καὶ βαρβάροις, σοφοῖς τε καὶ ἀνοήτοις ὀφειλέτης εἰμί·
Pois sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes;
οὕτως τὸ κατ᾽ ἐμὲ πρόθυμον καὶ ὑμῖν τοῖς ἐν Ῥώμῃ εὐαγγελίσασθαι.
Por isso, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós outros, em Roma.

Introdução:
            Temos visto como o apóstolo Paulo era em relação ao seu serviço no evangelho, mas de modo particular avaliamos a sua vida de oração em relação à igreja de Roma.  Então, agora ele procura mostrar qual é o seu dever como apóstolo, como aquele que foi chamado para proclamar as virtudes de Deus aos homens! Em certo sentido aquilo que Paulo mostra-nos aqui consiste também em um dever para cada um de nós que fazemos parte da igreja de Deus.

I – O DEVER DE PAULO (vs.14 a)
“Pois sou devedor...” considere atentamente para esta palavra. O que ela significa? A expressão grega usada por Paulo aqui é a seguinte; “ὀφειλέτης εἰμί”[ofeiletês eimi] a origem deste termo tem o sentido de pagar dinheiro a alguém que se está devendo; mas no transcorrer do tempo essa palavra passou a significar “estar sob obrigação”, em outras palavras o apóstolo Paulo está dizendo que “encontra-se obrigado pelo dever ou pela necessidade de fazer alguma coisa”. É como se ele estivesse dizendo “eu estou sob uma necessidade. Estou sob uma obrigação”
Ora, sabemos que a intenção de Paulo era ir visitar aqueles crentes em Roma com a finalidade de comunicar “algum dom espiritual” (vs.11); em outras palavras, ele diz que apenas os crentes podem comunicar algo ao mundo, somente os crentes podem transmitir algo para este mundo incrédulo. Então, é dever do cristão está sempre pronto para dá a razão da esperança que nele há, conforme diz Pedro em 1ª Pedro 3.15. O dever do cristão é comunicar algo ele está em débito com este mundo ele precisa anunciar a verdade do evangelho.
E esta palavra “devedor” que está aqui diante de nós nos lembra isso. Como podemos colocar isto em prática? Como podemos transmitir o evangelho a outrem?
Imagine a seguinte situação. O seu amigo que não é cristão está descobre depois de uma bateria de exames que está com uma doença muito grave, mas ele não pensara nada sobre a eternidade, nada sobre o céu; mas, agora a figura muda de cenário. E o que fazer? Ele lhe procura quer ouvir você porque sabe que está morrendo. Ele lhe manda chamar. Você o encara no seu quarto, e contempla este homem sendo sorrateiramente sendo levado para a morte. Ele não está preparado para morrer. Ele não tem nada ao que se agarrar desde a sua vida pregressa. E aqui vai a grande pergunta: você tem alguma coisa que possa transmitir a esse homem?
O que você dará a este homem? Moralidade? Ética? Cristianismo não é somente ser uma pessoa boa! Cristianismo é mais do que isso que nós estamos acostumados a ver na televisão e no rádio. Nada disso vale na vida de um homem que está algumas horas da morte! O cristão diz Paulo é um homem que tem um “dever” é um devedor, está em débito. Ele tem um conhecimento que pode ser transmitido. Ele pode falar aquela alma de um modo a lhe dar alivio e paz. Devedor! Esta é a palavra impar que Paulo usa aqui, o cristão sempre tem algo para dar, algo para transmitir.
Então, aprendemos aqui com Paulo que o cristão tem essa obrigação sobre as suas costas, de transmitir algo para vida do outro, ele tem o conhecimento a respeito de Cristo ele sabe que é devedor que está em débito com os homens e não pode calar-se.

II – A RESPONSABILIDADE DE PAULO PARA COM TODOS (vs.14b)

            O apóstolo Paulo não para em nos dizer que é apenas um devedor, mas nos mostra a quem ele tem a obrigação e a responsabilidade de levar o evangelho “tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes”. Paulo mostra-nos que a sua disposição como devedor incluía todos os homens! Sim, tanto aqueles que se enquadram na categoria de bárbaros como de gregos! Aqui Paulo está mencionando o fato de que este deve de abarcar o mundo inteiro.
            No primeiro momento Paulo ressaltar que está capacitado para transmitir a graça do evangelho a todos os homens de vária nacionalidades; ele prossegue para a ideia da capacidade intelectual de cada homem, mulher e criança! Paulo era capaz de transmitir o evangelho de modo erudito, mas também de modo simples, ele poderia alcançar os filósofos de sua época bem como pessoas simples no entendimento (sábios e ignorantes); no grego Paulo usa a palavra “σοφοῖς” [sofois] para descrever os sábios, os amigos do saber do conhecimento; mas, também ele era capaz de comunicar o evangelho aos ignorantes que no grego é “ ἀνοήτοις” [anoétois] que significa “sem mente”, sem mente erudita.
            Isto é um alerta para nós. Precisamos sempre estar cientes de que todos necessitam do evangelho. Notem o que estou dizendo todos precisam do evangelho; isto porque perante Deus todos os homens são miseráveis pecadores, pecadores vis e desvalidos, e eu, e cada um de vocês devemos esclarecê-los disso. Nós estamos em débitos com todos os homens devemos levar este evangelho da graça perdoadora de Deus aos incrédulos.

III – A PRONTIDÃO DE PAULO PARA FAZÊ-LO (vs.15)

            Temos visto que o evangelho não faz acepção de pessoas, por isso, devemos comunicar a graça redentora de Cristo Jesus aos homens! E para isso, devemos está envolvidos com senso e constrangimento de fazer o nosso papel outorgado por Deus! A prontidão de Paulo em cumprir sua obrigação transparece de forma acentua no verso 15 ele diz: “por isso, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós outros, em Roma. (Rom 1:15 ARA)”
            Notamos aqui que como resultado do senso deste dever Paulo agora diz, que pessoalmente encontra-se preparado para “ anunciar o evangelho”, como resultado de compreender que ele é devedor aos homens, que sob ele pesa a obrigação de pregar o evangelho; ele, diz que está preparado para ir a Roma pregar as boas-novas!
            Mas, considerem o que ele anuncia – O evangelho! É sempre o evangelho que devemos comunicar aos homens, ou seja, anunciar a Cristo aos homens. Mas, existem três elementos importantes nesta prontidão de Paulo:
Por que ele deveria pregar este evangelho: primeiro porque o Senhor o havia chamado pra fazê-lo. É precisamente isso que lemos nas Escrituras em 2ª Coríntios 5.10-11: “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo. E assim, conhecendo o temor do Senhor, persuadimos os homens e somos cabalmente conhecidos por Deus; e espero que também a vossa consciência nos reconheça.” – Paulo tinha o senso de que iria prestar contas perante Cristo por não desempenhara a sua função de arauto do Senhor!
            Na primeira epístola aos Coríntios, conforme vimos em nossas exposições, Paulo reitera que essa obrigação lhe pesa nos ombros 1ª Coríntios 9.16: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!
            A prontidão de Paulo em pregar este evangelho diz respeito também  à pavorosa necessidade que os homens têm deste evangelho.
            Aqui está um ponto importante para nós. Você acreditar que sua uma pessoa morrer na incredulidade e seu pecado vai para o inferno? Ora, se você acredita nisso, não percebe a urgência da pregação do evangelho? A prontidão de Paulo estava vinculada a esta certeza, por isso, ele estava disposto a ir a capital do mundo (Roma) para proclamar o evangelho.
            A última razão para esta prontidão do apóstolo é que evangelho precisa ser conhecido em todo o mundo. Paulo estava pronto a pregar este evangelho do reino. Isto porque o evangelho é como o pão encontrado por um mendigo que resolve partilhar com outro mendigo! Aqui a nossa tarefa, aqui está a nossa função, devemos levar este evangelho a todos os homens sejam sábios ou ignorantes!






quarta-feira, 7 de maio de 2014

A IMPORTÂNCIA DE PROFESSAR A FÉ EM CRISTO

PASTORAL:

A IMPORTÂNCIA DE PROFESSAR A FÉ EM CRISTO

(Mateus 10.32,33; Romanos 10.10)
 
   A inclusão dos filhos dos crentes na igreja mediante o batismo doméstico [batismo infantil] ocorre porque os pais reconhecem ser Deus o Senhor também dos seus filhinhos; todavia, esse é apenas o primeiro ato de responsabilidade dos pais, entretanto, há uma necessidade dos pais pastorearem o coração dos seus filhos, de modo semelhante a Jó (Jó 1.5); ler a bíblia, orar com os filhos, cultivar o culto doméstico são atos singelos, mas que custam uma alma, a de nossos filhos.  
    Todo este processo visar levar nossos filhos a Cristo, conscientizá-los que também são pecadores, que precisam refugiar-se em seu único mediador entre Deus e os homens (1ª Timóteo 2.5).
     A importância de professar a fé materializa a responsabilidade dos pais sobre os filhos de forma pública perante a igreja; isto tem implicações: se o nosso filho (a) que foi batizado na infância não vier a professar Cristo, é bem possível que tenhamos falhados como pais.
   O Senhor Jesus nos diz que devemos professá-lo publicamente, dizer ao povo pactual que ele é nosso Soberano (Mateus 10.32,33); a confissão sincera que brota de um coração regenerado é de vital importância para a vida cristã. Paulo nos ensina de forma clara em Romanos 10.10, eu posso crer no evangelho em meu coração, aceitar o evangelho como verdade, mas isso necessariamente deve me levar a professar essa verdade publicamente. E se isso não ocorre, há algo errado em mim. Pensemos nisso, e façamos o que nos ordena no evangelho.

Rev. João Ricardo Ferreira de França
 

segunda-feira, 28 de abril de 2014

EXPOSIÇÃO DE ROMANOS 1.10-13

SÉRIE DE EXPOSIÇÃO BÍBLICA:
Livro Estudado: Romanos
Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Texto Bíblico: Romanos 1.10-13
10 em todas as minhas orações, suplicando que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de visitar-vos. 11 Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados,  12 isto é, para que, em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos por intermédio da fé mútua, vossa e minha. 13 Porque não quero, irmãos, que ignoreis que, muitas vezes, me propus ir ter convosco (no que tenho sido, até agora, impedido), para conseguir igualmente entre vós algum fruto, como também entre os outros gentios.

Introdução:
            Já temos visto que o Apóstolo Paulo tinha um coração agradecido a Deus pela existência da Igreja de Roma, pois, estava constantemente orando pelos seus membros, e agradecendo sempre a Deus, pois, a fé daqueles irmãos era notória em todo o mundo habitado desde então. Também, podemos analisar a questão do serviço de Paulo no evangelho era um serviço motivado pela sinceridade não era caracterizado pelo que chamamos de elementos carnais ou mecânico, mas eminentemente espiritual; e por fim, observamos que Paulo nutria um desejo ardente de visitar estes irmãos e por isso, não desistia de orar por eles e pedia a Deus uma oportunidade para poder conhecer aquela igreja.
            Agora, ainda estamos considerando a vida de oração de Paulo, o grande apóstolo autor desta carta, ele aqui nos mostra ensinos preciosos para a nossa vida cristã.
I – AGINDO SEGUNDO A VONTADE DE DEUS [vs.10]
            Ainda precisamos considerar o versículo de número 10 temos o apóstolo insistindo em sua prática de oração, ele nos ensina que não deve desistir da oração, pois, ele mesmo diz: “Pedindo sempre em minhas orações (Rom 1:10 ACF)”. Considere o advérbio de tempo “sempre”no grego a palavra é “πάντοτε”[pantote] aponta para atitude constante de Paulo em orar, em pedir a Deus. O que ele pede? “[que] , se me ofereça boa ocasião de visitar-vos.
            Ele pede que pela vontade de Deus ele possa ter uma boa ocasião de ir visitar os crentes de Roma. Lembre-se “Paulo sempre age pela vontade de Deus  ou segundo a vontade de Deus.” Este é o seu lema. Mas o que significa essa expressão aqui: “se me ofereça boa ocasião”, o que texto grego sugere como uma tradução adequada e a seguinte: “que eu seja favorecido” e assim possa ir visitar aqueles crentes, ou seja, Paulo espera que o Deus de toda graça aja com supremo favor para com ele assim possa realizar o seu desejo.
            O santo apóstolo sabe que nada terá progresso se não estiver sob a benção de Deus, e não importam quais sejam as suas ideias pessoais; nem quão profundos seja o seu desejo de ir visitar esses irmãos, ele não se moverá quanto a esta questão “enquanto não estiver claro para ele que é a vontade de Deus que ele assim o faça”.
            Como isso é tão diferente de nós! Oh, nós homens e mulheres desse século! Estamos sempre fazendo os nossos projetos, os nossos sonhos, os nossos planos, mas nunca contamos e nem procuramos saber qual é a vontade de Deus para com isso, agimos por impulsos, por emoção e não percebemos o quanto Deus quer que sejamos submissos a sua vontade. Podemos perceber isso aqui no exemplo de Paulo, pois, este apósotolo sabe  que Deus pode até manifestar sua vontade por meio de obstáculos. No verso 13 ele diz: “Não quero, porém, irmãos, que ignoreis que muitas vezes propus ir ter convosco (mas até agora tenho sido impedido) para também ter entre vós algum fruto, como também entre os demais gentios.
            Ele tem sido impedido pela secreta providência de Deus de ir até Roma. Deus muitas vezes revela a sua vontade por meio de obstáculos; ele os coloca em nosso caminho para nos orientar, e assim, possamos tomar a decisão que o glorifica. Mas, como estes obstáculos podem surgir? Como eles aparecem? Paulo parece indicar isso no capítulo 15 versos 22 e 23: “Essa foi a razão por que também, muitas vezes, me senti impedido de visitar-vos. Mas, agora, não tendo já campo de atividade nestas regiões e desejando há muito visitar-vos”, (Romanos 15. 22-23 ARA). Paulo revela que a sua preocupação pastoral com os campos era um dos obstáculos que lhe impedira de ir até Roma visitar os irmãos daquela igreja
            Outro obstáculo era a sua enfermidade, ele diz em 2ª Coríntios no primeiro capítulo que estivera muito doente, e que por esse motivo, não conseguiu ir visitá-los como era o seu desejo expresso na primeira carta.
            Os obstáculos podem ser variados, podem ser doenças, acidentes e tudo mais – mas o ponto fundamental que mesmo que tudo isso ocorra é nosso dever está sempre sob a vontade de Deus. Lembrando que o próprio Deus pode até nos impedir de tomar certa direção  conforme o fez com Paulo em Atos 17.6,7: “6 E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, 7 defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu. (Atos 16.6-7 ARA)”  Isso nos leva para o próximo ponto:
II – O OBJETIVO DA VISITA APOSTÓLICA: (VS. 11)
            Qual é o objetivo de Paulo ir até essa igreja? Por que tanto empenho em ver aqueles crentes de Roma. Ele responde exatamente aqui no verso 11: “Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados, (Rom 1:11 ARA)”.
            Paulo deseja repartir um dom com aqueles irmãos, o sentido aqui é de instrução, de ensiná-los o caminho da vida piedosa. Ele deseja comunicara algum dom espiritual com a igreja. Lembremos que ele era apóstolo, e como tal, e poderia fazer a imposição de mãos sobre os irmãos e assim comunicar um dom espiritual que visasse a edificação do corpo, a edificação da igreja.
            Os dons estavam presentes na igreja para confirma a sua pregação e sua existência Paulo tenciona confirmar aqueles crentes na verdade do evangelho ele diz: “para que sejais confirmados” o verbo “confirmar” no grego [στηριχθῆναι] – stêrichthênai significa “estabelecer”, Paulo queria ser um canal de bênçãos na vida da igreja que ele estava pastoreando via esta carta. Isso nos leva para o próximo ponto, a saber que Paulo também tinha como objetivo viver a comunhão dos santos entre aqueles crentes.
III – VIVENDO A COMUNHÃO DOS SANTOS [VS 12]
            Aqui no verso 12 mostra-nos que tem como objetivo, com esta visita, também promover a comunhão entre os santos, a edificação mútua ao dizer: “isto é, para que, em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos por intermédio da fé mútua, vossa e minha. (Rom 1:12 ARA)”
            Paulo queria estar em companhia de um grupo de crentes. Aqui nós aprendemos que o cristão deve procurar viver em comunhão com aqueles que de  fato possam lhe apresentar mais de Deus, que possam levar-lhe o conhecimento de Deus. Qual é a finalidade dessa santa associação? Para que “nos confortemos” a palavra grega é a seguinte: “συμπαρακληθῆναι [ simparakletenai] que significa “encorjar de forma junta”, ou seja, a comunhão visa o encorajamento na mesma fé. Muitas vezes pensamos que comunhão, é festa que comunhão é para o lazer quando na verdade comunhão deveria nos levar a nos encorajar para permanecermos na fé e enfrentarmos as lutas deste mundo.
            Paulo aqui mostra que não está interessado em apenas trazer algum dom espiritual à igreja, mas deseja ser reanimado, fortalecido e encorajado por meio da comunhão daqueles santos.


sábado, 5 de abril de 2014

EXPOSIÇÃO BÍBLICA - ROMANOS 1.8-10

SÉRIE DE EXPOSIÇÃO BÍBLICA:
Livro Estudado: Romanos
Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Texto Bíblico: Romanos 1.8-10:


8 Primeiramente, dou graças a meu Deus, mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vós, porque, em todo o mundo, é proclamada a vossa fé. 9 Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como incessantemente faço menção de vós 10 em todas as minhas orações, suplicando que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de visitar-vos.
Introdução:
            Nos versos anteriores o apóstolo Paulo desenvolvera as razões e os fundamentos de sua vida oração pela igreja. Sua gratidão era notória pela vida da igreja em Roma; mas agora ele procura mostrar mais de perto o conteúdo de sua oração
I – AS AÇÕES DE GRAÇA DE PAULO (VS.8) :
            Após nos apresentar o fundamento do seu chamado o apóstolo Paulo  ele agora procura agradecer a Deus, ele diz: “Primeiramente, dou graças a meu Deus, mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vós, porque, em todo o mundo, é proclamada a vossa fé.” O Apóstolo expressa em termos de gratidão “εὐχαριστῶ τῷ θεῷ ” ´heuxacharisto ele nos mostra que ele agradece a Deus, ele louva a Deus pela existência da igreja e da mensagem que ela tem divulgado.
            O apóstolo Paulo não dirige as ações de graça aos crentes, mas a Deus, nisto fica evidente que a igreja deve ter uma vida de gratidão; Paulo não conhecera esta congregação pessoalmente, sabemos que era o seu desejo conhecer a aquela igreja, mas ele primeiramente agradece a Deus pela existência daquela pequena comunidade.
            Esta atitude de Paulo salienta o caráter estritamente pessoal  do relacionamento que ele tem com Deus, porque ele diz “dou graças a meu Deus” – o pronome possessivo no grego “μου” descreve apropriadamente este relacionamento intimo com Deus.
            Mas, o apóstolo Paulo não apresenta esta oração, esta ação de graça a Deus fiado em sua própria força, ou suas próprias obras, nem muito menos em sua própria fé, ele o faz pela mediação de Cristo Jesus. É exatamente isso que ele declara aqui no verso 8: “mediante Jesus Cristo ”, notemos a importância que Paulo dá a Cristo nesta carta, tudo é por meio de Cristo, ele o mediador das ações de graça do apóstolo, pois, Paulo sabe que para aceitas as suas orações devem ter o aval, a aprovação e intercessão do Filho bendito de Deus. No grego sugere que Cristo é o agente que causa essa exuberante ações de graça do apóstolo “διὰ Ἰησοῦ χριστοῦ ” Cristo é o meio pelo qual Paulo apresenta as suas ações de graça a Deus Pai.
            Isto nos leva para a questão daqueles que são alvos desta ação de graça do apóstolo Paulo, ele ainda diz neste verso que estamos considerando; a quem diz respeito estas ações de graças do apóstolo? Ele diz “no tocante a todos vós” (Romanos 1.8 ARA).  Paulo agradecia pelos irmãos daquela igreja, eles eram alvos da ação de graça de Paulo, ou seja, ele instava em oração com Deus em favor daqueles membros da igreja. Isso é importante para todos os que professam a fé cristã, isso é importante para a vida da igreja.
            Isto agora nos leva para as razões desta ação de graça. Aqui o apóstolo Paulo nos apresenta as razões para que esta oração de gratidão fosse expressa diante de Deus, ele diz: “porque, em todo o mundo, é proclamada a vossa fé”. (Romanos 1.8 ARA). Notem algo importante aqui, Roma era uma cidade devassa, cheia de prostituições, o número de idólatras era grandíssimo, era uma cidade que por si só poderia calar a voz do evangelho, mas vejam o que Paulo diz – eles, aqueles pequenos crestes, eram proclamadores da verdade!
            Eles não tinham jornal, não tinham TV, não tinham rádio nada disso, mas em todo o mundo conhecido de então, se ouvia falar da fé dos cristãos que habitavam em Roma, eis uma grande lição para a nossa evangelização, mórbida parada, e muitas vezes vacilante; notem aqui Paulo nos ensina que aqueles crentes eram proclamadores da verdade de Deus.
II – O SERVIÇO DE PAULO NO EVANGELHO. (VS.9)
            Paulo agora reitera o que acabara de dizer nos verso anterior; que era constante a sua oração pelos crentes daquela igreja, e para confirmar sua asseverativa ele usa termos jurídicos importantes no verso 9 e ao fazer isso, ele mostra o seu serviço no evangelho de Deus.
Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como incessantemente faço menção de vós (Rom 1:9 ARA)” – considere a natureza do serviço de Paulo. Ele coloca para os crentes de Roma que o Deus a quem ele serve, este verbo “servir” no grego é “λατρεύω”[latreuô] tem o sentido de prestar culto, de prestar adoração, serviço religioso, Paulo lembra os crentes que o seu trabalho junto as igrejas de Deus, um trabalho de serviço, é uma vida de culto e adoração ao Senhor, mas é um serviço espiritual. É um servir no Espírito. Mas o que isto significa?  Aqui Paulo ao usar palavra espírito aqui ele está nos mostrando a maneira como o culto ou o serviço religioso deve ser prestado a Deus. Isto significa que é um serviço sincero. Ele serve a Deus de todo o coração, ele não o faz como que por obrigação, ele o faz de forma sincera. Se você e eu fazemos algum serviço no reino de Deus ele deve ser sincero.
            Isto nos leva para próximo passo, ao dizer que serve a Deus no seu espírito o que Paulo realmente quer dizer é que não faz nada meramente mecânico no que tange ao serviço de Deus.
            Nunca faça as coisas no reino de Deus de forma mecânica, ou porque acha que não tem outro para fazê-lo então se faz de qualquer forma, não! Isto não é servir a Deus no Espírito. É precisamente isso que Paulo está dizendo a respeito do serviço no evangelho. Ou seja, o que Paulo quer ensinar é que devemos servir a Deus, com toda a nossa vida, com todo o nosso coração, com todo o nosso ser. É isso que ele quer dizer quando diz que serve a Deus no espírito. Não se trata de um serviço carnal.  Mas que ele estava submisso ao serviço de Deus.
            Ele reitera que este serviço era realizado no evangelho do Filho eterno de Deus, e por fim, assegura que sua oração era de fato realizada nos termos que descrevera, e por isso, Deus é invocado como testemunha deste fato, desta sinceridade de Paulo ao orar por sua igreja: “no evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como incessantemente faço menção de vós (Rom 1:9 ARA)” Paulo não desistira da igreja de Roma, ele estava sempre orando pela igreja.
III – O DESEJO DO CORAÇÃO DE PAULO (VS.10)
“em todas as minhas orações, suplicando que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de visitar-vos. (Rom 1:10 ARA)”
            Paulo mostra-nos a sua perseverança na oração de forma ímpar, sim, ele coloca-nos face a face com o seu desejo de ir visitar os irmãos daquela cidade, por isso, ele em todas as suas orações, solicita a Deus; pede e suplica para que possa ter ocasião para ir visitar os crentes em Roma, mas notemos que ele não decreta nada a Deus, aqui não vê ordens a Deus.
            Aqui nós aprendemos que Paulo confiava na providência de Deus, porque pela oração sabia que Deus poderia mover a história em seu benefício para que pudesse visitar os crentes aqui ali estavam “nalgum tempo” ; ele sabia que tudo dependia do tempo de Deus e não dele. A segunda verdade importante é que Paulo sabia que isso só poderia ocorrer na história pela vontade de Deus.  Algumas lições aprendemos aqui neste texto:
Primeiro, Paulo tinha um profundo desejo de ir visitar a igreja de Roma, a ponto de isso torna-se motivos de suas constantes orações especificas destinadas a Deus. Segundo, sabemos que muitas oportunidades foram frustradas pela providência (vs.13), mas Paulo não desistira de orar a Deus fazendo as mesmas petições., mas terceiro, o apóstolo Paulo estava disposto a aceitar tudo o que a vontade de Deus determinasse para a sua vida.





domingo, 30 de março de 2014

REFLEXÕES NO CATECISMO MAIOR DE WESTMINSTER. - Pergunta 3.

REFLEXÕES NO CATECISMO MAIOR DE WESTMINSTER.
Rev. João Ricardo Ferreira de França.[1]

Pergunta 3: Que é a Palavra de Deus?

Resposta: As Escrituras Sagradas – o Velho e o Novo Testamento – são a Palavra de Deus, a única regra de fé e obediência.

 Ref. Is 8:20; Lc 16:29,31; Gl 1:8,9; II Tm 3:15-17; II Pe 1:19-21.

INTRODUÇÃO:

            Em nosso último estudo indagamos sobre a existência de Deus. Como podemos glorificar um Deus que não conhecemos, então, surge à pergunta epistemológica: como sabemos se existe Deus? E vimos que Deus se dá a conhecer por meio da sua criação, mas de modo especial por sua vontade revelada na Palavra pela instrumentalidade do Espírito Santo.
            Mas, então confrontamo-nos com outra questão de capital importância. O que de fato é a Palavra de Deus? Esta é uma indagação muito séria para nós quanto homem, quanto seres que pensam. Vejamos o que podemos aprender apartir da resposta dada pelo Catecismo Maior de Westminster.

I – A NATUREZA DA PALAVRA DE DEUS.

            O catecismo nos apresenta a natureza das Escrituras quando declara “As Escrituras Sagradas”. Fica evidente que a Bíblia é separada dos demais livros, é o livro de Deus que comunica a sua vontade para o homem. Elas encerram a  “revelação de um Deus santo”[2], por isso, é chamada de “sagrada Escritura”. As Escrituras transmitem um sacro ensinamento sobre Deus e como o homem deve viver para Deus; por isso, Paulo declara uma verdade única sobre a Bíblia ele diz: “e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus”. (2ª Timóteo 3.15 ARA).
            Aqui em 2ª Timóteo 3.15 temos no grego “τὰ ἱερὰ γράμματα”[ tá hiera grammata ] o termo “sagrado” aqui reproduz uma referência ao serviço sagrado dos sacerdotes no templo, na verdade aponta para as “Escrituras do Antigo Testamento”[3], ou seja, a referência que Paulo faz as Escrituras aqui dizem respeito à revelação veterotestamentária. As Escrituras são adjetivadas como “sagradas” porque provocam e promovem a santidade de vida. O próprio senhor Jesus declarou isso “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”. (João 17.17 ARA).
São elas que podem nos levar a uma vida de piedade conforme vemos neste texto, bem como aprendemos em Isaías 8.20: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva. (Isaías 8. 20 ARA)”. (Isaías 8.20 ACF). O vocábulo “lei” que aparece aqui no texto hebraico é “תוֹרָ֖ה ” [thorah] que significa “instrução”, “ensino”, “lei”. Então, é necessário falar de acordo com que está escrito na sagrada Escritura.

II -  A UNIDADE DA PALAVRA DE DEUS:

             O catecismo declara o seguinte: “o Velho e o Novo Testamento – são a Palavra de Deus”. Fica evidente que os teólogos de Westminster acreditavam na unidade dos pactos [ o pacto do Antigo Testamento o pacto do Novo Testamento]; mas,  estamos vivendo uma época em que há uma total ruptura entre o Novo Testamento com o Antigo Testamento; é claro que tal rompimento deve-se especificamente a um ensino danoso em nossos dias que se chama o Dispensacionalismo. A proposta enunciada por este princípio é que Deus tem dois povos. Esta postura  levanta  um dos grandes problemas para os pregadores de nossos dias: a quem deve ser dirigido o Antigo Testamento? A Bíblia de Scofield acentua essa distinção nos seguintes temos:
Que o cristão herda agora as promessas características dos judeus não foi ensinado nas Escrituras. O cristão é da semente celestial de Abraão e participa das bênçãos espirituais da Aliança Abraâmica; mas Israel como nação sempre terá o seu próprio lugar e ainda receberá a maior exaltação como o povo de Deus na terra.[4]

A igreja não é vista como povo de Deus, mas como um parêntese na história da salvação,  logo a Bíblia no Antigo Testamento não possui uma única passagem para confortar os crentes, e nem para ensiná-los; isso implica que se adotarmos a leitura do Dispensacionalismo estaremos contradizendo o apóstolo Paulo em Romanos 15.4 “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.”.
O que nos chama atenção na argumentação paulina é que ele diz “tudo” (o[sa- hosa) nada é deixado de fora; o que “foi escrito antecipadamente” (proegra,fh – proegráfê) tem por objetivo o ensino da Igreja. E assim a igreja neotestamentária é confortada e consolada. Disso aprendemos que Deus não tem dois povos, Greidanus comenta o seguinte:
Já que os antigos israelitas e nós somos um povo da aliança por meio de Cristo, o Deus deles é o nosso Deus, os antepassados deles são nossos antepassados, a história deles é a nossa história, e a esperança deles é a nossa esperança. Do mesmo modo, os livros deles são os nossos livros, pois os livros que Deus tinha pretendido, antes de tudo para eles são “úteis” também para nós (2 Tm.3.16)[5].

III – A PALAVRA DE DEUS  COMO AUTORIDADE FINAL

“[...]são a Palavra de Deus, a única regra de fé e obediência”. AS escrituras sagradas, ou a Palavra de Deus, consistem na autoridade final na vida do homem. Essa autoridade diz respeito à “fé” que significa o conjunto de tarefas religiosas; ou seja, a autoridade da Escritura diz-nos como devemos conduzir o culto a Deus.  Bem como de “obediência” – “ou prática”. Nossa vida deve ser regulada pelas sagradas Escrituras.

3.1 - É uma Doutrina atestada por Cristo:
                No Novo Testamento temos Cristo falando a favor desta doutrina da autoridade das Escrituras. Cristo sempre apelou para as Escrituras como a um tribunal supremo.Em qualquer controvérsia ele usava a expressão “está escrito” indicando que a palavra final deve ser dada a Palavra inspirada por Deus. Vejamos isso detalhadamente em Mateus 4.4,6,710:

Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus. Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.

                Cristo ao usar a expressão “está escrito” usa um verbo grego “ge,graptai” – gégraptai –é um verbo no perfeito que indica uma ação contínua, significando “permanece escrito”, então, o Senhor Jesus está apelando para a autoridade da Bíblia como fonte autorizada da verdade; Satanás utiliza a mesma expressão reconhecendo tal autoridade, todavia, vale-se de uma interpretação distorcida para tentar enganar o Cristo, mas o Jesus novamente diz “permanece escrito” que não se deve tentar a Deus.
                Outro texto onde contemplamos Cristo fazendo defesa desta autoridade das Escrituras é quando ele busca corrigir os erros dos escribas e fariseus de seu tempo em Mateus 22.29: “Errais, não conhecendo as Escrituras”; todavia, o texto que podemos ver claramente a defesa da autoridade bíblica provinda dos lábios de Cristo é aquele de João 10.35: “E a Escritura não pode falhar”.
                No texto de João 10. 35 nos chama a atenção o verbo “falhar” no grego temos “luqh/nai”- lythênai – é um verbo usado para descrever a quebra do sábado (Lucas 13.16), a ideia é de quebrar, ser quebrada, ou mesmo de ser diminuída a sua importância e valor. Cristo diz que toda a Escritura é a autoridade na vida da Igreja.[6]

3.2– É uma Doutrina atestada Pelos Apóstolos:

                O Apóstolo Paulo atesta sobre a autoridade da Palavra de Deus ao declarar que os crentes de Tessalonicenses acataram a verdade por ele pregada, “não como palavras de homens, mas como palavra de Deus”( 1ª Tessalonicenses 2.13).
                E, ainda o Apóstolo Pedro reconhece os escritos de Paulo como escritos cheios da autoridade do próprio Deus, ao colocar as cartas de Paulo no mesmo patamar das “demais Escrituras” (2 Pedro 3.15-16) Pedro reconhece a autoridade do Antigo e do Novo Testamento.

Conclusão:
                A palavra de Deus, conforme vimos, consiste em que ela é uma  revelação escrita sagrada, encerrada nos escritos do Antigo e Novo Testamento revelando sua unidade. Constituindo assim a regra final na vida da igreja em qualquer matéria relacionada à Fé e ao culto do povo de Deus, bem como regulamentando a prática de vida de cada membro da igreja de Cristo Jesus.







[1] O autor é Ministro da Palavra pela Igreja Presbiteriana do Brasil. Atualmente é ministro auxiliar na Primeira Igreja Presbiteriana de Teresina – PI. Atuando na Congregação Presbiteriana de Todos os Santos – Teresina – PI.
[2] VOS, Johannes Geerhardus. O Catecismo Maior de Westminster Comentado. Tradução: Marcos Vaconcelos. São Paulo: Editora os Puritanos,  2007, p.36.
[3] RIENECKER, Fritz; ROGERS, Cleon. Chave Linguística do Novo Testamento Grego. Tradução: Gordon Chow; Júlio Paulo T. Zabateiro. São Paulo: Edições Vida Nova, 1985, p.479.
[4] Apud, SANTOS, Valdeci S. Anotações da Bíblia de Scofield sob uma ótica Reformada. In: FIDES REFORMATA, janeiro – junho, 2000, vol. V, n. 1, pp. 135 – 148.
[5] GREIDANUS, Sidney. O Pregador Contemporâneo e o Texto Antigo – Interpretando e Pregando Literatura Bíblica. Tradutor: Edmilson Francisco Ribeiro. São Paulo: Cultura Cristã, 2006, p.211-ênfase dele
[6] SCHWERTLEY, Braian. O Modernismo e a Inerrância Bíblica.  Tradutora: Denise Meister. Recife: Os Puritanos, 2000, p.30-31