segunda-feira, 28 de abril de 2014

EXPOSIÇÃO DE ROMANOS 1.10-13

SÉRIE DE EXPOSIÇÃO BÍBLICA:
Livro Estudado: Romanos
Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Texto Bíblico: Romanos 1.10-13
10 em todas as minhas orações, suplicando que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de visitar-vos. 11 Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados,  12 isto é, para que, em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos por intermédio da fé mútua, vossa e minha. 13 Porque não quero, irmãos, que ignoreis que, muitas vezes, me propus ir ter convosco (no que tenho sido, até agora, impedido), para conseguir igualmente entre vós algum fruto, como também entre os outros gentios.

Introdução:
            Já temos visto que o Apóstolo Paulo tinha um coração agradecido a Deus pela existência da Igreja de Roma, pois, estava constantemente orando pelos seus membros, e agradecendo sempre a Deus, pois, a fé daqueles irmãos era notória em todo o mundo habitado desde então. Também, podemos analisar a questão do serviço de Paulo no evangelho era um serviço motivado pela sinceridade não era caracterizado pelo que chamamos de elementos carnais ou mecânico, mas eminentemente espiritual; e por fim, observamos que Paulo nutria um desejo ardente de visitar estes irmãos e por isso, não desistia de orar por eles e pedia a Deus uma oportunidade para poder conhecer aquela igreja.
            Agora, ainda estamos considerando a vida de oração de Paulo, o grande apóstolo autor desta carta, ele aqui nos mostra ensinos preciosos para a nossa vida cristã.
I – AGINDO SEGUNDO A VONTADE DE DEUS [vs.10]
            Ainda precisamos considerar o versículo de número 10 temos o apóstolo insistindo em sua prática de oração, ele nos ensina que não deve desistir da oração, pois, ele mesmo diz: “Pedindo sempre em minhas orações (Rom 1:10 ACF)”. Considere o advérbio de tempo “sempre”no grego a palavra é “πάντοτε”[pantote] aponta para atitude constante de Paulo em orar, em pedir a Deus. O que ele pede? “[que] , se me ofereça boa ocasião de visitar-vos.
            Ele pede que pela vontade de Deus ele possa ter uma boa ocasião de ir visitar os crentes de Roma. Lembre-se “Paulo sempre age pela vontade de Deus  ou segundo a vontade de Deus.” Este é o seu lema. Mas o que significa essa expressão aqui: “se me ofereça boa ocasião”, o que texto grego sugere como uma tradução adequada e a seguinte: “que eu seja favorecido” e assim possa ir visitar aqueles crentes, ou seja, Paulo espera que o Deus de toda graça aja com supremo favor para com ele assim possa realizar o seu desejo.
            O santo apóstolo sabe que nada terá progresso se não estiver sob a benção de Deus, e não importam quais sejam as suas ideias pessoais; nem quão profundos seja o seu desejo de ir visitar esses irmãos, ele não se moverá quanto a esta questão “enquanto não estiver claro para ele que é a vontade de Deus que ele assim o faça”.
            Como isso é tão diferente de nós! Oh, nós homens e mulheres desse século! Estamos sempre fazendo os nossos projetos, os nossos sonhos, os nossos planos, mas nunca contamos e nem procuramos saber qual é a vontade de Deus para com isso, agimos por impulsos, por emoção e não percebemos o quanto Deus quer que sejamos submissos a sua vontade. Podemos perceber isso aqui no exemplo de Paulo, pois, este apósotolo sabe  que Deus pode até manifestar sua vontade por meio de obstáculos. No verso 13 ele diz: “Não quero, porém, irmãos, que ignoreis que muitas vezes propus ir ter convosco (mas até agora tenho sido impedido) para também ter entre vós algum fruto, como também entre os demais gentios.
            Ele tem sido impedido pela secreta providência de Deus de ir até Roma. Deus muitas vezes revela a sua vontade por meio de obstáculos; ele os coloca em nosso caminho para nos orientar, e assim, possamos tomar a decisão que o glorifica. Mas, como estes obstáculos podem surgir? Como eles aparecem? Paulo parece indicar isso no capítulo 15 versos 22 e 23: “Essa foi a razão por que também, muitas vezes, me senti impedido de visitar-vos. Mas, agora, não tendo já campo de atividade nestas regiões e desejando há muito visitar-vos”, (Romanos 15. 22-23 ARA). Paulo revela que a sua preocupação pastoral com os campos era um dos obstáculos que lhe impedira de ir até Roma visitar os irmãos daquela igreja
            Outro obstáculo era a sua enfermidade, ele diz em 2ª Coríntios no primeiro capítulo que estivera muito doente, e que por esse motivo, não conseguiu ir visitá-los como era o seu desejo expresso na primeira carta.
            Os obstáculos podem ser variados, podem ser doenças, acidentes e tudo mais – mas o ponto fundamental que mesmo que tudo isso ocorra é nosso dever está sempre sob a vontade de Deus. Lembrando que o próprio Deus pode até nos impedir de tomar certa direção  conforme o fez com Paulo em Atos 17.6,7: “6 E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, 7 defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu. (Atos 16.6-7 ARA)”  Isso nos leva para o próximo ponto:
II – O OBJETIVO DA VISITA APOSTÓLICA: (VS. 11)
            Qual é o objetivo de Paulo ir até essa igreja? Por que tanto empenho em ver aqueles crentes de Roma. Ele responde exatamente aqui no verso 11: “Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados, (Rom 1:11 ARA)”.
            Paulo deseja repartir um dom com aqueles irmãos, o sentido aqui é de instrução, de ensiná-los o caminho da vida piedosa. Ele deseja comunicara algum dom espiritual com a igreja. Lembremos que ele era apóstolo, e como tal, e poderia fazer a imposição de mãos sobre os irmãos e assim comunicar um dom espiritual que visasse a edificação do corpo, a edificação da igreja.
            Os dons estavam presentes na igreja para confirma a sua pregação e sua existência Paulo tenciona confirmar aqueles crentes na verdade do evangelho ele diz: “para que sejais confirmados” o verbo “confirmar” no grego [στηριχθῆναι] – stêrichthênai significa “estabelecer”, Paulo queria ser um canal de bênçãos na vida da igreja que ele estava pastoreando via esta carta. Isso nos leva para o próximo ponto, a saber que Paulo também tinha como objetivo viver a comunhão dos santos entre aqueles crentes.
III – VIVENDO A COMUNHÃO DOS SANTOS [VS 12]
            Aqui no verso 12 mostra-nos que tem como objetivo, com esta visita, também promover a comunhão entre os santos, a edificação mútua ao dizer: “isto é, para que, em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos por intermédio da fé mútua, vossa e minha. (Rom 1:12 ARA)”
            Paulo queria estar em companhia de um grupo de crentes. Aqui nós aprendemos que o cristão deve procurar viver em comunhão com aqueles que de  fato possam lhe apresentar mais de Deus, que possam levar-lhe o conhecimento de Deus. Qual é a finalidade dessa santa associação? Para que “nos confortemos” a palavra grega é a seguinte: “συμπαρακληθῆναι [ simparakletenai] que significa “encorjar de forma junta”, ou seja, a comunhão visa o encorajamento na mesma fé. Muitas vezes pensamos que comunhão, é festa que comunhão é para o lazer quando na verdade comunhão deveria nos levar a nos encorajar para permanecermos na fé e enfrentarmos as lutas deste mundo.
            Paulo aqui mostra que não está interessado em apenas trazer algum dom espiritual à igreja, mas deseja ser reanimado, fortalecido e encorajado por meio da comunhão daqueles santos.


sábado, 5 de abril de 2014

EXPOSIÇÃO BÍBLICA - ROMANOS 1.8-10

SÉRIE DE EXPOSIÇÃO BÍBLICA:
Livro Estudado: Romanos
Rev. João Ricardo Ferreira de França.
Texto Bíblico: Romanos 1.8-10:


8 Primeiramente, dou graças a meu Deus, mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vós, porque, em todo o mundo, é proclamada a vossa fé. 9 Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como incessantemente faço menção de vós 10 em todas as minhas orações, suplicando que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de visitar-vos.
Introdução:
            Nos versos anteriores o apóstolo Paulo desenvolvera as razões e os fundamentos de sua vida oração pela igreja. Sua gratidão era notória pela vida da igreja em Roma; mas agora ele procura mostrar mais de perto o conteúdo de sua oração
I – AS AÇÕES DE GRAÇA DE PAULO (VS.8) :
            Após nos apresentar o fundamento do seu chamado o apóstolo Paulo  ele agora procura agradecer a Deus, ele diz: “Primeiramente, dou graças a meu Deus, mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vós, porque, em todo o mundo, é proclamada a vossa fé.” O Apóstolo expressa em termos de gratidão “εὐχαριστῶ τῷ θεῷ ” ´heuxacharisto ele nos mostra que ele agradece a Deus, ele louva a Deus pela existência da igreja e da mensagem que ela tem divulgado.
            O apóstolo Paulo não dirige as ações de graça aos crentes, mas a Deus, nisto fica evidente que a igreja deve ter uma vida de gratidão; Paulo não conhecera esta congregação pessoalmente, sabemos que era o seu desejo conhecer a aquela igreja, mas ele primeiramente agradece a Deus pela existência daquela pequena comunidade.
            Esta atitude de Paulo salienta o caráter estritamente pessoal  do relacionamento que ele tem com Deus, porque ele diz “dou graças a meu Deus” – o pronome possessivo no grego “μου” descreve apropriadamente este relacionamento intimo com Deus.
            Mas, o apóstolo Paulo não apresenta esta oração, esta ação de graça a Deus fiado em sua própria força, ou suas próprias obras, nem muito menos em sua própria fé, ele o faz pela mediação de Cristo Jesus. É exatamente isso que ele declara aqui no verso 8: “mediante Jesus Cristo ”, notemos a importância que Paulo dá a Cristo nesta carta, tudo é por meio de Cristo, ele o mediador das ações de graça do apóstolo, pois, Paulo sabe que para aceitas as suas orações devem ter o aval, a aprovação e intercessão do Filho bendito de Deus. No grego sugere que Cristo é o agente que causa essa exuberante ações de graça do apóstolo “διὰ Ἰησοῦ χριστοῦ ” Cristo é o meio pelo qual Paulo apresenta as suas ações de graça a Deus Pai.
            Isto nos leva para a questão daqueles que são alvos desta ação de graça do apóstolo Paulo, ele ainda diz neste verso que estamos considerando; a quem diz respeito estas ações de graças do apóstolo? Ele diz “no tocante a todos vós” (Romanos 1.8 ARA).  Paulo agradecia pelos irmãos daquela igreja, eles eram alvos da ação de graça de Paulo, ou seja, ele instava em oração com Deus em favor daqueles membros da igreja. Isso é importante para todos os que professam a fé cristã, isso é importante para a vida da igreja.
            Isto agora nos leva para as razões desta ação de graça. Aqui o apóstolo Paulo nos apresenta as razões para que esta oração de gratidão fosse expressa diante de Deus, ele diz: “porque, em todo o mundo, é proclamada a vossa fé”. (Romanos 1.8 ARA). Notem algo importante aqui, Roma era uma cidade devassa, cheia de prostituições, o número de idólatras era grandíssimo, era uma cidade que por si só poderia calar a voz do evangelho, mas vejam o que Paulo diz – eles, aqueles pequenos crestes, eram proclamadores da verdade!
            Eles não tinham jornal, não tinham TV, não tinham rádio nada disso, mas em todo o mundo conhecido de então, se ouvia falar da fé dos cristãos que habitavam em Roma, eis uma grande lição para a nossa evangelização, mórbida parada, e muitas vezes vacilante; notem aqui Paulo nos ensina que aqueles crentes eram proclamadores da verdade de Deus.
II – O SERVIÇO DE PAULO NO EVANGELHO. (VS.9)
            Paulo agora reitera o que acabara de dizer nos verso anterior; que era constante a sua oração pelos crentes daquela igreja, e para confirmar sua asseverativa ele usa termos jurídicos importantes no verso 9 e ao fazer isso, ele mostra o seu serviço no evangelho de Deus.
Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como incessantemente faço menção de vós (Rom 1:9 ARA)” – considere a natureza do serviço de Paulo. Ele coloca para os crentes de Roma que o Deus a quem ele serve, este verbo “servir” no grego é “λατρεύω”[latreuô] tem o sentido de prestar culto, de prestar adoração, serviço religioso, Paulo lembra os crentes que o seu trabalho junto as igrejas de Deus, um trabalho de serviço, é uma vida de culto e adoração ao Senhor, mas é um serviço espiritual. É um servir no Espírito. Mas o que isto significa?  Aqui Paulo ao usar palavra espírito aqui ele está nos mostrando a maneira como o culto ou o serviço religioso deve ser prestado a Deus. Isto significa que é um serviço sincero. Ele serve a Deus de todo o coração, ele não o faz como que por obrigação, ele o faz de forma sincera. Se você e eu fazemos algum serviço no reino de Deus ele deve ser sincero.
            Isto nos leva para próximo passo, ao dizer que serve a Deus no seu espírito o que Paulo realmente quer dizer é que não faz nada meramente mecânico no que tange ao serviço de Deus.
            Nunca faça as coisas no reino de Deus de forma mecânica, ou porque acha que não tem outro para fazê-lo então se faz de qualquer forma, não! Isto não é servir a Deus no Espírito. É precisamente isso que Paulo está dizendo a respeito do serviço no evangelho. Ou seja, o que Paulo quer ensinar é que devemos servir a Deus, com toda a nossa vida, com todo o nosso coração, com todo o nosso ser. É isso que ele quer dizer quando diz que serve a Deus no espírito. Não se trata de um serviço carnal.  Mas que ele estava submisso ao serviço de Deus.
            Ele reitera que este serviço era realizado no evangelho do Filho eterno de Deus, e por fim, assegura que sua oração era de fato realizada nos termos que descrevera, e por isso, Deus é invocado como testemunha deste fato, desta sinceridade de Paulo ao orar por sua igreja: “no evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como incessantemente faço menção de vós (Rom 1:9 ARA)” Paulo não desistira da igreja de Roma, ele estava sempre orando pela igreja.
III – O DESEJO DO CORAÇÃO DE PAULO (VS.10)
“em todas as minhas orações, suplicando que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de visitar-vos. (Rom 1:10 ARA)”
            Paulo mostra-nos a sua perseverança na oração de forma ímpar, sim, ele coloca-nos face a face com o seu desejo de ir visitar os irmãos daquela cidade, por isso, ele em todas as suas orações, solicita a Deus; pede e suplica para que possa ter ocasião para ir visitar os crentes em Roma, mas notemos que ele não decreta nada a Deus, aqui não vê ordens a Deus.
            Aqui nós aprendemos que Paulo confiava na providência de Deus, porque pela oração sabia que Deus poderia mover a história em seu benefício para que pudesse visitar os crentes aqui ali estavam “nalgum tempo” ; ele sabia que tudo dependia do tempo de Deus e não dele. A segunda verdade importante é que Paulo sabia que isso só poderia ocorrer na história pela vontade de Deus.  Algumas lições aprendemos aqui neste texto:
Primeiro, Paulo tinha um profundo desejo de ir visitar a igreja de Roma, a ponto de isso torna-se motivos de suas constantes orações especificas destinadas a Deus. Segundo, sabemos que muitas oportunidades foram frustradas pela providência (vs.13), mas Paulo não desistira de orar a Deus fazendo as mesmas petições., mas terceiro, o apóstolo Paulo estava disposto a aceitar tudo o que a vontade de Deus determinasse para a sua vida.