sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Exposição Bíblica Texto: 1ª Coríntios 9.

Exposição Bíblica
Texto: 1ª Coríntios 9.
Pr. João Ricardo Ferreira de França.*
Introdução:
             O apóstolo após discutir o tema da liberdade cristã. Ele procura agora colocar em alto relevo aquilo que acabara de ensinar – não fazer nada que venha a trazer escândalo no uso de sua liberdade, todavia, aqui ele tenciona mostra a ingratidão e a falta de senso dos coríntios em relação ao seu ministério.
I – OS DIREITOS APOSTÓLICOS VIOLADOS [VS.1-12]
            Paulo mesmo colocando as questões no que tange a liberdade cristã como fizera no capítulo 8, ele encontra-se agora com os seus direitos apostólicos violados. vejamos:
“Não sou eu, porventura, livre? Não sou apóstolo? Não vi Jesus, nosso Senhor? Acaso, não sois fruto do meu trabalho no Senhor? Se não sou apóstolo para outrem, certamente, o sou para vós outros; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor”.(1ª Coríntios 9.1-2)
            Paulo assegura que restringe o uso de sua liberdade em favor da igreja. Todavia, alguns dos falsos mestres que estavam inseridos na igreja alegavam ser Paulo um falso apóstolo. O direito apostólico foi violado quando aqueles crentes passaram a não aceitar a autoridade de Paulo.
            O apóstolo ratifica seu apostolado ao dizer “não vi Jesus, nosso Senhor?” – uma testemunha ocular era o critério para exercer o apostolado, ainda que Paulo não tenha convivido pessoalmente com o Senhor Jesus, o próprio Cristo lhe apareceu por revelação pessoal ao apóstolo; no verso 2 deste texto Paulo assegura que ainda que alguns injuriosos não lhe aceitassem como apóstolo ele volta-se para igreja e diz: “certamente, o sou para vós outros; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor”. – se a igreja negava-se a aceitar a autoridade apostólica de Paulo estava desfazendo-se a si mesma, uma vez que ela fora fundada pelos esforços apostólicos de Paulo.
3 A minha defesa perante os que me interpelam é esta: 4 não temos nós o direito de comer e beber?  5 E também o de fazer-nos acompanhar de uma mulher irmã, como fazem os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? 6 Ou somente eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar?
 (1Co 9:3-6 ARA)
            Os  que questionavam a autoridade do apóstolo o privavam das questões mais elementares da vida – como comer e beber [vs.3-4]; de igual modo, assim quando a igreja procura não sustentar seus ministros ele se vê impossibilitado de constituir família [vs 5] – aqui neste verso Paulo mostra que é honrado ao ministro estar em matrimônio, embora ele não seja casado. Os demais apóstolos bem como os irmãos do senhor tinham esse direito, mas a Paulo lhe era violado tal direito. No verso 6 Paulo questiona por que somente ele e seu companheiro Barnabé eram os únicos que deveriam trabalhar para se autossustentarem?
            No verso 7: “7 Quem jamais vai à guerra à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho?” Paulo apresenta três ilustrações importantes para conscientizar à igreja de seu tempo a sustentarem seus pastores:
1. A figura de um soldado que vai a guerra: eles não vão a guerra a sua própria custa – eram assalariados.
2. A figura de um viticultor: ele planta na esperança de comer de seu próprio fruto.
3. A figura do pecuarista: ele cuida de seu rebanho para usufruir do leite do mesmo.
            Paulo reforça seu argumento mostrando que a própria Lei assegura que a igreja deve valorizar o direito apostólico / pastoral no que tange ao sustento. (vs.8-10); então, Paulo encerra essa seção de forma interessante: “Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais? Se outros participam desse direito sobre vós, não o temos nós em maior medida? Entretanto, não usamos desse direito; antes, suportamos tudo, para não criarmos qualquer obstáculo ao evangelho de Cristo.”(vs.11-12). Paulo mostra que tem semeado a palavra de Deus – o alimento espiritual para a vida da igreja, e em troca disso, tem seus direitos violados, todavia, ele procura não reclamar tal direito, para que não haja nenhum obstáculo ao evangelho do Senhor Jesus Cristo.
II – O DEVER  DA IGREJA EM RELAÇÃO AOS MINISTROS DA PALAVRA ( VS.13-15)
13 Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento?
 14 Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho;
 15 eu, porém, não me tenho servido de nenhuma destas coisas e não escrevo isto para que assim se faça comigo; porque melhor me fora morrer, antes que alguém me anule esta glória.
 (1Co 9:13-15 ARA)
            Paulo agora procura apresentar o dever da igreja em relação aos ministros do evangelho de Deus. Assim, vale-se do modelo veterotestamentário para confirmar tal asseverativa. (vs.13). Os sacerdotes do Antigo Testamento eram supridos mediante o trabalho sagrado que prestavam no tabernáculo e no templo; no verso 14 Paulo assegura que é uma ordem divina que aqueles que pregam o evangelho vivam do evangelho. Os ministros da palavra são vocacionados por Deus para oferecer as boas novas de redenção; e assim, a ordem de Deus para a igreja é: sustentem os ministros da palavra.
            Mas, o apóstolo Paulo abre mão de seu direito em favor dos coríntios, demonstrando o amor que tem para com os crentes daquela igreja; vale ressaltar que Paulo não toca nesta temática para que no futuro a igreja passa a remunerá-lo, mas que a igreja compreenda o quão tem sido injusta com aquele que se entregou ao ministério da Palavra para o bem da alma destes irmãos.
III – A VOCAÇÃO PASTORAL ESTÁ ACIMA DOS DIREITOS (VS.16-27)
            O apóstolo Paulo não apenas abriu mão de tais direitos, mas mostrou aos coríntios que o interesse dele era realmente a proclamação do evangelho.  E como o apóstolo demonstra esse interesse? Como o apóstolo mostra-nos que não tem interesse no dinheiro daquela igreja?:
1. Reconhecendo ser sua obrigação pregar o evangelho (vs.16-18):
            O apóstolo nos mostra que o simples fato de pregar o evangelho não é motivo de gloriar-se, pois, é a obrigação do apóstolo e dos pastores fazê-lo (vs.16); mas se ele faz sem o embaraço de recebimento salarial, isto de livre vontade ele tenho um galardão (vs17a), todavia, se realiza a tarefa da pregação mediante o constrangimento – pela necessidade e ocasião, mesmo assim estaria cumprindo sua responsabilidade de despenseiro (vs 17) ; mas é precisamente no ato espontaneidade tem o seu galardão que é anuncair o evangelho de cristo aos homens,  e que se para isso tiver que abrir mão de seu direito salarial o fará. (vs.18).
2. No sujeitar-se aos fracos para conquistar outros para o evangelho( vs.19-22):
            Mesmos sabendo que ninguém exercia autoridade sobre seu apostolado, exceto Deus,  Paulo anuncia que mesmo sendo livre, tornara-se escravo de todos com um objetivo específico o de ganhar almas para Cristo (vs.19). E assim se sujeitou a todos os tipos de pessoas para ganharem para o Senhor; agiu como Judeu quando julgava necessário, com objetivo de salvar seus patrícios; ao que eram observadores da lei Paulo fez o mesmo, embora não estejamos mais debaixo da lei (vs.20) e o objetivo era alcançar estes tipos de pessoas pelo evangelho. E vivendo de acordo com Lei em relação a Deus (vs.21); fez-se fraco para ganhá-los e toda a sorte de pessoa para o evangelho de Cristo (vs.22).
3. Na certeza que a vida Cristã exige esforço e renuncia (vs.23-27)
            Paulo termina esta seção nos mostrando que ele está disposto a fazer tudo para que o evangelho seja anunciado (vs 23); e para imprimir estas verdades de forma vívida recorre ao símile da corrida romana, onde apenas um chega a receber a coroa da vitória (vs.24-25) a figura implicitamente nos fala de esforço e renúncia de muitas coisas para alcançarmos a nossa vocação; então ele encerra exortando a igreja terem cuidado, pois, assim como ele, que se esforça muito pelo evangelho deve inquirir se está na fé ou não. (vs.26-27) para não ser reprovado na sua carreira cristã.



* Ministro da Palavra pela Igreja Presbiteriana do Brasil. Formado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte. [ SPN].

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