quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

OS PERIGOS DE UMA VIDA NÃO OBEDIENTE

Exposição Bíblica: 1ª Coríntios 10.1-13.
Rev. João Ricardo Ferreira de França.
OS PERIGOS DE UMA VIDA NÃO OBEDIENTE
Introdução:
            Paulo após discorrer sobre o tema dos direitos apostólicos e a liberdade cristã. Apresentando símiles singulares, agora ele oferece exemplos específicos para fundamentar tudo o que tem ensinado até o presente momento. Pois, os irmãos da igreja ainda continuavam ignorando todo o ensino de Paulo, mantendo-se rebeldes para com a doutrina apostólica. Então, procura apresentar aos seus ouvintes as consequências da desobediência ao ensino do evangelho. E assim ele sumariza os perigos que uma vida não obediente a Deus.
I – O PERIGO DA AUTOSSUFICIÊNCIA (VS.1-6).
            Não existe algo mais terrível na vida da igreja do que a autossuficiência. Paulo percebe na vida da igreja de Corinto que seus membros, a despeito de toda exortação, continuavam não aceitando a correção apostólica no que tange ao trato com os lideres espirituais, bem como em relação ao irmão mais fraco.
Vs. 1 – aqui neste verso o apóstolo procura mostrar a Igreja que ignorância deles os tem levado para um caminho sem volta “Οὐ θέλω δὲ ὑμᾶς ἀγνοεῖν (1Co 10:1 BYZ)” (ou thelô dê hymas agnoein) – não desejo que continueis ignorando. Não ignorando o que? Que a autossuficiência consiste em um grande perigo para alma. Ele mostra isso apresentando os exemplos dos pais do povo do Antigo Testamento. Ele apresenta as figuras do antigo Testamento para indicar a autossuficiência de muitos crentes do AT.
vs.1b-4: que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar, tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés. Todos eles comeram de um só manjar espiritual e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo.
            A figura da nuvem que aparece no texto, refere-se a nuvem que seguia aos israelitas durante toda a peregrinação no deserto, que os protegia sempre.(Êxodo 13.21 – “O SENHOR ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite.)”. Estar sob a nuvem era estar debaixo da proteção de Deus.
            O segundo exemplo é a atravessia do mar vermelho que todos nós conhecemos. Ele transpassar essas duas figuras como sinais para o sacramento do batismo conforme vemos aqui: “tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés. (1Co 10:2 ARA)” – ser batizado com respeito a Moisés aqui no texto significa estar sob a liderança de Moisés. Tanto a nuvem quanto a atravessia do Mar Vermelho apontam para a obra redentora de Deus que é simbolizada no sacramento do Batismo.
            O terceiro exemplo que Paulo cita é o do Maná no deserto que era o alimento do povo do Antigo Testamento – nutrição do povo pactual, o apóstolo aqui oferece uma significância espiritual deste elemento que indica o sacramento da Santa Caia do Senhor “Todos eles comeram de um só manjar espiritual (1Co 10:3 ARA)” – ou seja, o elemento da subsistência do povo no AT era tipo daquela nutrição que os membros da igreja  precisam para sua vida espiritual.
            O ultimo exemplo é o da rocha ferida de Meribá conforme lemos em Êxodo 17.6. Onde Paulo claramente indica que a pedra era Cristo (1ª Coríntios 10.4). Estes são sinais da providência de Deus no meio do povo, e por isso, muitos se julgam autosseguros diante de Deus, porque viram o presenciaram a benevolência de Deus. Ou porque são membros da igreja, batizados, alimentam-se de Cristo – mas suas vidas não são agradáveis aos olhos do Senhor. Por isso Paulo alerta que Deus não se agradou de muitos deles, e por essa razão muitos foram derrotados no deserto (1ª Coríntios 10.5); e ainda o apóstolo exorta que tais exemplos servem para nós igreja de Cristo. Estar filiado a Igreja mas negligenciar o evangelho é pedir a condenação sobre a nossas cabeças (!ª Coríntios 10.6).
II – O PERIGO DA IDOLATIRA (VS. 7-10)
            O segundo perigo de uma vida não obediente a Deus é o da idolatria. Isto é percebido aqui neste trecho. Paulo continua exortando a igreja de forma interessante, mais uma vez ele vale-se de um episódio ocorrido no Antigo Testamento para mostrar a rebeldia dos coríntios.
            Paulo cita o caso do Bezerro de ouro de Êxodo 32. Onde o povo fez um ídolo para substituir ao Deus do pacto, por isso, Paulo exorta para que estes crentes neotestamentários não faça o mesmo indo aos templos pagãos e fazer parte de tamanho ultraje, no que tange a adoração dos ídolos e do uso de festivais de orgias e glutonarias (vs.7-8).
            O outro exemplo, extraído do Antigo Testamento é das murmuração dos israelitas no deserto; e o resultado que tiveram foram as picadas das serpentes, este fato conforme nós sabemos encontra-se registrado em Números 21.4-6. Notemos que a falta de paciência do povo do pacto trouxe destruição sobre eles. Paulo exorta a igreja que não haja de igual modo para com o senhor. (vs.9-10)
III – O PERIGO DE NÃO SER PACIENTE COM A PROVIDÊNCIA DE DEUS.  (VS.11-13)
11 Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado.
 12 Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.
 13 Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.
            Paulo termina essa seção das Escrituras mostrando todas estas coisas foram postas como exemplos e escritas para a advertência para a igreja, pois, não aprender a confiar e ser paciente para com a providência de Deus pode acarretar juízos divinos terríveis. (vs 11). Por isso, o apóstolo exorta aqueles se acham seguros de mais (vs.12) recomendando-os a diligência no procedimento de vida. E encorajando os crentes a saber que Deus nãos nos prova além de nossas forças, porque no meio da provação ele providenciará  livramento a ponto de suportar toda e qualquer tentação ou provação (vs 13). Pois, é a providência de Deus quem nos matem de pé e não  a nossa autossuficiência.





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